Teste de um projétil em gelatina balística – Foto: Wikimedia Commons
Uma gelatina balística está em processo de ser patenteada por cientistas da USP, segundo a própria comunicação oficial do instituto de pesquisas divulgou. “O produto é utilizado para auxiliar na prática pericial em balística forense e na segurança pública e defesa nacional como, por exemplo, em testes balísticos da polícia militar e do exército”, diz a publicação no jornal da universidade.
Segundo os pesquisadores, a composição deste material, a “gelatina balística a 10%”, como tem sido chamado, é capaz de se assemelhar com grande precisão à mesma consistência de impacto que possui os tecidos moles do corpo humano, sem considerar a utilização de barreiras, como é o caso do colete à prova de balas, por exemplo. Isso auxilia muito a todos os tipos de testes balísticos em que se é necessário ter conhecimento sobre a consequência que uma bala provoca ao atingir o corpo humano.
Segundo a própria USP, “no Brasil, a gelatina balística não é nenhuma novidade, inclusive na internet existem várias receitas caseiras para a sua produção. Entretanto, elas não seguem um método científico e não podem ser utilizadas como material simulador em perícias criminais ou em pesquisas científicas”, ao contrário da nova gelatina, criada pelos pesquisadores da universidade, que usando de todo o conhecimento científico e somente após a conclusão final, por meio de testes - que usam como base um longo estudo acadêmico - se mostrou totalmente eficaz para a utilização em testes e estudos balísticos diversos, inclusive, pelo setor de blindagem automotiva.
Atualmente, o processo de registro de patente está em curso pela Agência USP de Inovação (Auspin). O que significa que, pelo menos por enquanto, não saberemos nada a respeito de sua composição. Segundo a cúpula de pesquisadores, o produto inicialmente “irá atender a área pericial ligada à medicina legal e odontologia legal, contemplando a área da segurança pública e defesa nacional via interfaces científicas com a balística forense”.
O professor do núcleo de odontologia da USP de Ribeirão Preto, João Paulo Mardegan Issa, ainda explica na publicação que o próximo passo “é adaptar a gelatina balística a 10% para simulações cirúrgicas, já que o produto, apesar de proporcionar uma característica homogênea a uma estrutura totalmente heterogênea que é o corpo humano, é capaz de substituir os tecidos moles humanos com bastante fidedignidade”.
A equipe DVB Blindados aproveita este espaço para dar os parabéns aos cientistas responsáveis por esse importante avanço!
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